"Monique entrou naquele avião com mais medo da chegada do que da viagem sobre o Atlântico... Falara com Valentina horas antes de embarcar: uma última checagem se o combinado ainda estava valendo. De qualquer forma, mesmo que ao chegar em Barcelona não houvesse ninguém à sua espera no aeroporto, ela não desistiria agora... Haviam mais motivos para ir até lá do que apenas visitar sua prima distante.
Assim que entrou no avião pensou no que fazer para passar o tempo: seriam longas horas de vôo... Revistas lhe entendiavam, nunca gostara daquelas futilidades (ou quem sabe até inverdades) que eram publicadas; Filmes românticos também não eram seu gênero preferido e, por isso, o título "Amor em Paris" não parecia muito interessante. Resolveu então que ia escrever, isso sempre a ajudou a relaxar... Papel e caneta na mão, conseguiu fazer algumas estrofes antes de cair no sono.
No mais, nada de estranho pareceu-lhe ocorrer no avião, afinal, viagens de primeira classe costumam ser mesmo tranquilas. Guardou os versos soltos na bolsa junto com tantos outros feitos em momentos de tédio como aquele... quem sabe um dia não os reunisse e fizesse um poema só. Desceu em Barcelona, vestiu o casaco vermelho: diferente do Brasil, a Europa pode ser muito fria e não somente quanto ao clima...
Valentina já esperava no aeroporto. Sua expressão de sono não combinava com seus traços finos: moça alta, loira, olhos verdes, cabelo curto, nem gorda nem magra... costumava ser muito alegre, sobretudo sob efeito de vodcas russas... O caso é que eram quatro horas da madrugada de uma terça-feira, dando à maquiagem mal feita um aspecto ridículo e inútil.
Monique, embora tivesse o corpo da prima e uma pele alva como a dela, era mais baixa e tinha cabelos longos e negros que combinavam muito bem com seus olhos expressivos... Olhos que no momento expressavam nada mais além de cansaço. Abraçaram-se com certa saudade dos tempos de meninas levadas no interior de São Paulo... Tinham mesmo muito o que conversar, e quem sabe com isso não se tornariam amigas de novo...
Ao chegar na porta do apartamento de Valentina, Monique nem teve tempo de reparar na romântica pracinha, cheia de flores, que tinha ao centro uma fonte com anjos dançantes, logo de frente ao prédio; tudo o que queria era algo pra comer e uma cama quente. Por isso, quando entraram, tomaram leite acompanhados de biscoitos e, enquanto o sol aparecia pela cortina da sala, elas foram se esconder nos quartos ainda escuros.
O objetivo de Monique na Europa era, aparentemente, divulgar seu novo livro, um romance policial entitulado "Entre linhas azuis estão palavras em escarlate", qualquer coisa sobre cartas de amor rasgadas e facadas desferidas no peito de uma pobre amantes nas ruas escuras de Lisboa... O lançamento em Barcelona seria no dia seguinte, às dez horas da manhã, em uma livraria famosa do outro lado da cidade... Depois disso, estaria livre para a Europa e sabe-se lá para o que mais...
Acordou ao fim da tarde, tomou café frio, comeu mais alguns biscoitos. Valentina decerto ainda dormia, porque a porta de seu quarto ainda estava fechada. Aproveitou para observar a sala que, mesmo um pouco escura por causa da cortina, parecia ter uma decoração de bom gosto e vários objetos, bibelôs, espalhados harmônicamente por ela. Abriu a cortina para ver melhor os objetos escondidos na sala, e descobriu uma pequena e aconchegante sacada. Um lugar com vasinhos de flores pendurados e uma mesinha com duas cadeiras... Apoiou-se e olhou para baixo: não era muito alto o terceiro andar, mas já dava uma vista interessante. Viu a pracinha e riu ao perceber que os anjos dançantes pareciam fazer as florzinhas amarelas e rosas mais alegres, ou seria o contrário? O que importa é que o clima estava bom e, passado o cansaço, se sentia mais positiva agora. Ouviu um barulho e riu ao pensar: "Valentina deve ter acordado, espero que ela conheça um bom restaurante por aqui, pois na casa não parece ter mais do que biscoitos..."
Saíram para comer em um restaurante a poucas quadras dali e, como era perto, aproveitaram para caminhar, olhar as casas e contar mais sobre as coisas que cada uma andava vivenciando. Valentina queria planejar algo para mais tarde, parece que aquela região era povoada por barzinhos e, quem sabe, algumas boates... Monique não concordou por causa do lançamento no outro dia que seria pela manhã, ela não queria chegar ressaquiada para atender as pessoas que, tomara Deus, possam tornar-se seus fãs.
- É, amiga, fossem talvez 5 ou 6 anos atrás e a idéia de uma noite agitada seria sua... Isso prova como o tempo muda as coisas!
- Não, Val, isso prova como as coisas mudam os tempos...
Deram mais alguma volta até entrarem em uma loja. Compraram vinho, queijo e o filme "O Nome da Rosa", um dos preferidos de Monique."
Isso aí, galera, tô escrevendo uma nova história mirabolante que me veio na cabeça esses dias...
Espero que esse projeto continue! o/
Desejem-me sorte e cobrem-me para que eu pare de abandonar meu pobre blog.
P.S.: Sugestões de títulos nos comentários :)
Assim que entrou no avião pensou no que fazer para passar o tempo: seriam longas horas de vôo... Revistas lhe entendiavam, nunca gostara daquelas futilidades (ou quem sabe até inverdades) que eram publicadas; Filmes românticos também não eram seu gênero preferido e, por isso, o título "Amor em Paris" não parecia muito interessante. Resolveu então que ia escrever, isso sempre a ajudou a relaxar... Papel e caneta na mão, conseguiu fazer algumas estrofes antes de cair no sono.
No mais, nada de estranho pareceu-lhe ocorrer no avião, afinal, viagens de primeira classe costumam ser mesmo tranquilas. Guardou os versos soltos na bolsa junto com tantos outros feitos em momentos de tédio como aquele... quem sabe um dia não os reunisse e fizesse um poema só. Desceu em Barcelona, vestiu o casaco vermelho: diferente do Brasil, a Europa pode ser muito fria e não somente quanto ao clima...
Valentina já esperava no aeroporto. Sua expressão de sono não combinava com seus traços finos: moça alta, loira, olhos verdes, cabelo curto, nem gorda nem magra... costumava ser muito alegre, sobretudo sob efeito de vodcas russas... O caso é que eram quatro horas da madrugada de uma terça-feira, dando à maquiagem mal feita um aspecto ridículo e inútil.
Monique, embora tivesse o corpo da prima e uma pele alva como a dela, era mais baixa e tinha cabelos longos e negros que combinavam muito bem com seus olhos expressivos... Olhos que no momento expressavam nada mais além de cansaço. Abraçaram-se com certa saudade dos tempos de meninas levadas no interior de São Paulo... Tinham mesmo muito o que conversar, e quem sabe com isso não se tornariam amigas de novo...
Ao chegar na porta do apartamento de Valentina, Monique nem teve tempo de reparar na romântica pracinha, cheia de flores, que tinha ao centro uma fonte com anjos dançantes, logo de frente ao prédio; tudo o que queria era algo pra comer e uma cama quente. Por isso, quando entraram, tomaram leite acompanhados de biscoitos e, enquanto o sol aparecia pela cortina da sala, elas foram se esconder nos quartos ainda escuros.
O objetivo de Monique na Europa era, aparentemente, divulgar seu novo livro, um romance policial entitulado "Entre linhas azuis estão palavras em escarlate", qualquer coisa sobre cartas de amor rasgadas e facadas desferidas no peito de uma pobre amantes nas ruas escuras de Lisboa... O lançamento em Barcelona seria no dia seguinte, às dez horas da manhã, em uma livraria famosa do outro lado da cidade... Depois disso, estaria livre para a Europa e sabe-se lá para o que mais...
Acordou ao fim da tarde, tomou café frio, comeu mais alguns biscoitos. Valentina decerto ainda dormia, porque a porta de seu quarto ainda estava fechada. Aproveitou para observar a sala que, mesmo um pouco escura por causa da cortina, parecia ter uma decoração de bom gosto e vários objetos, bibelôs, espalhados harmônicamente por ela. Abriu a cortina para ver melhor os objetos escondidos na sala, e descobriu uma pequena e aconchegante sacada. Um lugar com vasinhos de flores pendurados e uma mesinha com duas cadeiras... Apoiou-se e olhou para baixo: não era muito alto o terceiro andar, mas já dava uma vista interessante. Viu a pracinha e riu ao perceber que os anjos dançantes pareciam fazer as florzinhas amarelas e rosas mais alegres, ou seria o contrário? O que importa é que o clima estava bom e, passado o cansaço, se sentia mais positiva agora. Ouviu um barulho e riu ao pensar: "Valentina deve ter acordado, espero que ela conheça um bom restaurante por aqui, pois na casa não parece ter mais do que biscoitos..."
Saíram para comer em um restaurante a poucas quadras dali e, como era perto, aproveitaram para caminhar, olhar as casas e contar mais sobre as coisas que cada uma andava vivenciando. Valentina queria planejar algo para mais tarde, parece que aquela região era povoada por barzinhos e, quem sabe, algumas boates... Monique não concordou por causa do lançamento no outro dia que seria pela manhã, ela não queria chegar ressaquiada para atender as pessoas que, tomara Deus, possam tornar-se seus fãs.
- É, amiga, fossem talvez 5 ou 6 anos atrás e a idéia de uma noite agitada seria sua... Isso prova como o tempo muda as coisas!
- Não, Val, isso prova como as coisas mudam os tempos...
Deram mais alguma volta até entrarem em uma loja. Compraram vinho, queijo e o filme "O Nome da Rosa", um dos preferidos de Monique."
Isso aí, galera, tô escrevendo uma nova história mirabolante que me veio na cabeça esses dias...
Espero que esse projeto continue! o/
Desejem-me sorte e cobrem-me para que eu pare de abandonar meu pobre blog.
P.S.: Sugestões de títulos nos comentários :)
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